O MERCADO DOS E-READERS
Quando se fala em e-readers, o Kindle da Amazon é, sem dúvida, o dispositivo mais referido. Apesar de anteriormente já existirem outros dispositivos com a mesma finalidade, apenas com a chegada do Kindle os e-readers ganharam um espaço significativo no mercado.
O próprio nome “Amazon” ajudou a diminuir bastante a dúvida, aumentando a confiança neste tipo de produtos, visto ser uma empresa cujo core business era a venda livros.
Com o passar dos anos muitos outros aparelhos concorrentes foram surgindo. A Amazon vendeu vários kindes, sendo o Kobo também um recordista de vendas. Já o Nook, da Barnes & Noble, teve as suas vendas um pouco abaixo do esperado.
Esperava-se que, até 2000, deixassem de existir livros em papel, no entanto, em 2020 é possível constatar que estes não só resistiram, como a nível mundial, as vendas de ebooks deixaram de crescer, tendo chegado mesmo a diminuir em alguns mercados.
e-READERS NO MUNDO
A Sony, pioneira, parou de vender o seu dispositivo nos EUA, transferindo mais tarde para o Kobo as contas dos utilizadores, juntamente com os e-books comprados.
É possível detetar que acontece com o mercador dos e-readers o que se pensava que aconteceria com o mercado de tablets, i.e., saturação.
Nos EUA e Reino Unido, os ebooks tiveram inicialmente uma penetração no mercado (em torno dos 30%) tendo, no entanto, começado a assistir-se a uma ligeira quebra nas suas vendas. Em particular nos EUA, a procura dos ebooks tem vindo a diminuir, sendo uma tendência que se mantém até à data. Em janeiro de 2019, as vendas no país caíram 4,9% em relação ao ano anterior, de acordo com os dados da Associação de Publishers.
Prevê-se que em sete anos, os e-books representem 20% do mercado mundial.
e-READERS em portugal
Em Portugal, tem-se verificado uma fraca adesão a este tipo de dispositivos, sendo que a versão em papel continua a ser a preferida.
Acredita-se que o fraco conteúdo do catálogo português de ebooks possa estar a condicionar a adesão, pois nem todos dominam outras línguas para além da Língua Portuguesa.
Em Portugal, o “peso” dos e-books é inferior a 1% do total, no entanto, esta é uma tendência que ainda se pode inverter, sendo que o mercado está a crescer com mais de 35% de vendas de ebooks.
É de notar que o mercado dos livros foi recentemente afetado pelo COVID-19, tendo sido registada uma quebra de consumo de livros que fez perder 20 milhões de receita num sector que no início do ano dava alguns sinais de crescimento.
Sendo Portugal um dos países da Europa que menos lê, esperava-se que, com o período de confinamento, houvesse um aumento dos hábitos de leitura, o que não aconteceu. No entanto, as vendas de e-books dispararam 150% e a FNAC, parceira da marca de Kobo, refere que o consumo dos e-readers acompanham as vendas de ebooks, acreditando que o mercando terá um grande crescimento nos próximos anos.